segunda-feira, março 07, 2011

quando cessam os instintos; (lemniscata)

de eterno cessar que são feitos os pequenos destinos;
mecanismos de rodas calejadas entreolham e estremecem
ao fim do percurso 
os tremores recomeçam pois é chegada a hora do começo
do fim 
do começo... 
o efêmero eternizar de um corpo só; onde os instintos são tão pequenos que se perdem
nos giros, deslizando fácil entre as engrenagens cansadas e reconhecíveis...
elas não se tocam... 
dentro destes minúsculos é possível avistar
seres
uma janela
um rio
árvores
além da podridão costumaz
o ciclo segue pulsando, 
as rodas carecem anseios...
anseiam carícias...,
junto com os orgasmos espalhados
pelos tetos
pelos gatos
pelas árvores lá fora
de uma vista que não é minha...
duns olhos que não são meus...
em breves lapsos me encontro,
e é como se fosse tomada
em possessões 
e nada se tivesse a fazer;
as rodas vagam... não mais se olham...
há brilhos pregados no teu rosto, menino...
 há muitos tu andas impregnado com a sujeira deste lugar...
tua face oscila, num noir dormente, onde não mais sinto
teu sexo
desfaz-se de lânguido e persegue a neurose do possuir
como um ditador velho e esquecido...
não mais te vejo
busco meus olhos
e eles estão muito além do que posso enxergar,
deixo-me ir a qualquer lado
pois sei do caminho...
e o dia vai alto,
indiferente às cores
aos cheiros
e à solidão 
do meu amor...
onde eu não estou.


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