segunda-feira, dezembro 27, 2010

(saudade tem gosto; de lagos de licor de menta/de camisas amarrotadas/ chuvas/ histerias e arroubos/ sonos partilhados sob luares altos/ insônias e cansaços/ letras & cinema/ cerveja preta e pães de queijo/ uma pá de implicâncias impossíveis e incabíveis/ de sexo e de amor/ além; tem gosto do que não foi, do que se foi e do que não é. amargos de café solúvel frio. )

sexta-feira, dezembro 10, 2010

fim duma sexta à tarde; ou quando reflexos batem à porta.


como minha vida virou um prisma...
e a lei do eterno retorno nunca fez-se tão presente.
e sobre fantasmas de pessoas vivas, ou mortas por seus próprios viveres;
e o que se tira deles, o que se põe; o ciclo sufoca, implorando pela estagnação do seu trajeto... não, não. é duro, você tem de dar o melhor de si, e cuspir na sua própria cara para sentir-se vivo e quebrar o ciclo.
perspectivas.
há luz nesse caminho, de certo modo. e ainda que [love will tear us apart], doaremos nosso sangue, nosso cuspe uns aos outros. masoquistas que somos. macaquinhos sádicos de nós mesmos... e se o sarcasmo nos atrai, deus torna-se nossa imagem, sim. sim. deus, dostô, e todos os outros que deixaram alguma palavra sobre vida e amor. o entrelace infinito.
rastejaremos ainda assim, deturpando qualquer visão ideal que se tenha do amor. não, não haverão monges, nem mosteiros. não haverão abstratos... a última coisa que ouviremos será o próprio oco de nossos estômagos na noite cada vez mais longe de qualquer algo tangível e/ou acolhedor que ela nos ofereça. sim. o ensurdecer pela falta de sentidos, pelas confusões... o tambor incessante da insônia solitária. torvelinhos de pensamentos desperdiçados. e, no fim, irmãos, nossas essências entrelaçadas como um pacto jurado em silêncio. sim. 


(desencontros ao acaso)