sexta-feira, dezembro 10, 2010

fim duma sexta à tarde; ou quando reflexos batem à porta.


como minha vida virou um prisma...
e a lei do eterno retorno nunca fez-se tão presente.
e sobre fantasmas de pessoas vivas, ou mortas por seus próprios viveres;
e o que se tira deles, o que se põe; o ciclo sufoca, implorando pela estagnação do seu trajeto... não, não. é duro, você tem de dar o melhor de si, e cuspir na sua própria cara para sentir-se vivo e quebrar o ciclo.
perspectivas.
há luz nesse caminho, de certo modo. e ainda que [love will tear us apart], doaremos nosso sangue, nosso cuspe uns aos outros. masoquistas que somos. macaquinhos sádicos de nós mesmos... e se o sarcasmo nos atrai, deus torna-se nossa imagem, sim. sim. deus, dostô, e todos os outros que deixaram alguma palavra sobre vida e amor. o entrelace infinito.
rastejaremos ainda assim, deturpando qualquer visão ideal que se tenha do amor. não, não haverão monges, nem mosteiros. não haverão abstratos... a última coisa que ouviremos será o próprio oco de nossos estômagos na noite cada vez mais longe de qualquer algo tangível e/ou acolhedor que ela nos ofereça. sim. o ensurdecer pela falta de sentidos, pelas confusões... o tambor incessante da insônia solitária. torvelinhos de pensamentos desperdiçados. e, no fim, irmãos, nossas essências entrelaçadas como um pacto jurado em silêncio. sim. 


(desencontros ao acaso) 


3 comentários:

  1. Porque em cada palavra sua desabrocha uma rosa, e como toda sincera rosa, os espinhos discretos surpreendem.

    Assim enxergo- te nos escritos, assim respiram as suas palavras.

    Doce, cortante e verdadeira, como toda rosa.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. É que os fracos homens perderam a capacidade de sonhar, minha cara.Tortuosos, medíocres e desesperados por respostas que preencham o vazio existencial, clamam por uma auto-afirmação que lhes tome o tempo.Ninguém deseja ser visto com os olhos da verdade, não é mesmo?Embebidos de PATOlogias desnecessárias. E quando as capas se derretem, disssolvem, os absortos homens respiram mentiras sádicas e contam para si as suas próprias inverdades, afim de que um dia possam deveras acreditar nelas.1,2,3... Conte outra estória,é que... ah! meus olhos não mais hesitam diante da sua fraqueza e covardia.

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