foi o que ela pensou quando levantou da cama.
aquele começo preguiçoso de rotina,
a tal calma interior contrastando com os ruídos externos da metrópole,
cada vez mais cinza de concreto e de gente que não sabe que respira.
acordou para nada;
teve para si que a beleza tem tornado-se algo virtual, impassível de sentidos reais.
não viu razão para ter acordado.
tudo carecia de motivos.
Com intento de dar forma à sentidos não-palpáveis, calores; quentes ou frios... E diversos signos que eventualmente cheguem a emergir...paisagens, ares e afins...
segunda-feira, outubro 24, 2011
segunda-feira, outubro 03, 2011
enlevo
lembro-me agora. quando dividimos aquela maçã; “a mais doce que já provara”, era o que eu pensava, enquanto mordia e te tinha na penumbra da sala. ali tínhamos pactuado qualquer coisa dentro de nós, sem ao menos saber, como quando te devolvi a maçã para que também pudesse sentir aquele doce na boca que insistia em prolongar-se. não me atinha o encaixe das coisas, nem o símbolo daquela partilha. penso agora que talvez ela tenha selado um prenúncio de bons tempos... como em celebrações ancestrais em colheitas nos campos de povos distantes. me pego a contorná-los junto a ti, com um vento baixo e uma sombra de macieira aos nossos pés, e à nossa frente, o horizonte emoldurando um pôr-de-sol em macios laranjas a refletir um negro cacho teu.
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