sábado, fevereiro 05, 2011

sobre sementes invisíveis.

o ventre é o espaço onde cabe o outro; onde cabe a si mesmo, como fosse o outro. a semente é soprada aos quatro cantos; onde estamos é o único lugar onde não está. a cabeça mantém o horizonte, enquanto pés trocados buscam a semente, onde a vista perdeu o coração não mais a sente. carregando na mão o conceito de que o coração é um pedaço de carne. o ventre é preenchido de carne. as sementes se perdem porque não são enxergáveis a mundos de carne; e a pés trocados não são acháveis. eles também são de carne. ainda assim, os quatro cantos nos estão dispostos. neles encaramos quatro horizontes.

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