terça-feira, março 22, 2011

aonde eu descanso?



no colo de quem eu descanso?
oceanos de desertos
em massas de metal
recolhidamente torcidas
frageis mecanismos tácteis
em que horizonte eu me basto?
a que ser recorro?
 o eu de mim,
 também composto de máquinas e deslumbres cromados?
o eu de tu,
aonde não encontro,
exceto pelos escombros dum monumento
nunca antes lapidado.
fragmentos de nós
em pesos dissolutos;
ouve?
o pulsar do teu pescoço no meu colo.
ouve?
em pequenos circunspectos,
numa clausura muda, 
meu peso.
diante de ti,
do mundo,
e dos escombros do horizonte arrebatado pela grandeza do cinza.
onde a suavidade do azul já se enganou,
e a ti foi partido.
lá,
abraçado por concreto.


Originalmente em: envelope de poeira.

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